Escrito por Leandro Villela Azevedo
Em um mundo que cada vez mais glorifica a tecnologia, vale a pena pensarmos um pouco sobre os grandes motivadores que levam o ser humano a inventar.
Em dois textos, resolvi contrapor exemplos do século XIX, ambos famosos na área das invenções, durante a revolução industrial, em especial ligadas à eletricidade.
O primeiro é Thomas Edson, mais popularmente conhecido como o inventor da lâmpada (alguns até erroneamente atribuem a ele a invenção da eletricidade).
O outro, Nicolau Tesla, já bem menos conhecido do que o seu colega, mas igualmente importante para nosso mundo moderno.
Tesla, já era relativamente famoso por algumas poucas e importantes contribuições para o setor de eletricidade quando, reza a lenda, teve a oportunidade de ser consultado pelo governo dos Estados Unidos. Nesta conversa teria havido a apresentação de três importantes problemas que os americanos gostariam de ver resolvidos. Mas que pareciam impossíveis e somente um grande gênio como Tesla poderia ser capaz de resolver.
Seriam eles: A criação de energia elétrica “do nada”, sem precisar de qualquer combustível (até então toda eletricidade em larga escala vinha das termoelétricas a carvão. E, cada vez mais, esse combustível se tornava raro e disputado, como o petróleo hoje).
A transmissão de energia elétrica pelo ar, sem perdas e por fim uma arma que fosse capaz de atingir e matar qualquer alvo mesmo a distâncias fantásticas (apelidado de raio da morte de Tesla).
Cobrando uma fortuna significativa por cada invenção, o governo americano resolveu que poria Tesla para trabalhar apenas na primeira, e assim ele cria o que foi necessário para o surgimento das hidrelétricas, que de forma limpa e sem combustível, de forma renovável, produzia uma quantidade significativa de eletricidade.
Por ironia do destino, Tesla morre antes de ter feito qualquer uma das duas outras invenções que, até os dias de hoje não existem.
Ontem Tesla, hoje Edson...
Edson parecia gostar de inventar. Mais do que se preocupar com a existência reais de problemas a serem resolvidos ou a fazer invenções “perfeitas”, ele gostava de inventar. Muitas vezes coisas que eram pequenos aperfeiçoamentos em invenções anteriores para as tornar mais “agradáveis”. Tanto que ele possui mais de 1000 patentes em seu nome.
A maior parte das invenções de Edson, entretanto, ou não funcionavam, ou foram substituídas por outras em poucos meses, às vezes até dias, muitas vezes pelo próprio Edson.
Por exemplo, são dezenas de telégrafos (e telégrafos duplos, telégrafos um pouco mais eficientes, telégrafos que não produzem só sons mas furam papéis para gravar a mensagem, telégrafos que fazem furos mais precisos, até os que digitam a mensagem).
Seja como for, a mais famosa invenções dele é a lâmpada. Para nós até pode parecer revolucionária, mas na época não passava de uma mera curiosidade sem sentido.
A invenção do telefone permitia comunicar com o resto do mundo em minutos o que antes demoraria anos, a ferrovia permitia transportar milhares de toneladas .... mas a lâmpada apenas fazia isso, iluminada.
Há milênios o ser humano já tinha inventado o fogo. E mais do que isso, evoluído ele. Lamparinas e velas já eram ultrapassadas na época de Edson. A modernidade eram os lampiões a gás (bem menos esfumaçantes ou mal cheirosos do que os a querosene).
As melhores casas de Paris tinham gás encanado por onde bastava girara um botão, para liberava a passagem de gás e riscava como um isqueiro que acendia a iluminação, de forma barata, eficiente e automática.
Já a primeira lâmpada era cara, durava pouco, iluminava pouco e ainda precisava de eletricidade, algo difícil de ser produzido e de alto custo na época.
Mesmo assim, quando Edson foi questionado sobre a inutilidade de sua invenção, ele respondeu algo como “um dia a lâmpada e a eletrcidiade serão tão difundidas e baratas que as pessoas acharão que o luxo será acender velas” ..... e parece que sua previsão se cumpriu.
Dois exemplos opostos, duas inspirações .... e você, é mais Edson ou Tesla?