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Jornal da Educação

De onde vem (Edição Abril/2013)

Por que lixeiro, em inglês, parece tão chique?

Escrito por Jornal da Educação

A colonização dos Estados unidos, à semelhança do Brasil, teve dois núcleos bem diferenciados, as colônias do sul, produtoras de algodão entre outros produtos que hoje seriam chamados de comoditties, seguiam o sistema de plantation (latifúndios escravistas, monocultura e produção para exportação). E as colônias do norte que tinham uma colonização de povoamento, em especial inspirada nas pessoas que fugiam das perseguições religiosas na Inglaterra (que passou por fases de reis protestantes perseguindo católicos, e vice-versa) além de governantes extremamente rígidos em termos morais como a ditadura puritana.

Especialmente no caso das colônias do norte, para evitar as perseguições, muitas pessoas adotavam novos nomes e sobrenomes ao chegarem no novo mundo. Surgiram então,  muitos dos sobrenomes típicos dos Estados Unidos. Basta parar para pensar um pouco e ter um conhecimento mediano do idioma inglês que se perceber essas presenças. 

 

Profissões

Normalmente os sobrenomes adotados  na América eram referentes às profissões que os colonos praticavam na Nova Inglaterra(EUA). Por exemplo, o famoso presidente George Washington , tem seu nome derivado de Washing e Town (aquele que lava a cidade). E veja que ele não é o único presidente descendente de limpadores de cidades, basta lembrar de Bill Clinton cuja origem do nome é Clean (limpar) Town (Cidade). 

A lista de presidentes com estes sobrenomes é extensa. A família Bush, que se divide no mandato do George pai e termina nos dois mandatos do George filho, tem a simples origem de Arbusto, ou ainda no século XIX Zachary Taylor, ou traduzido ao português, Zacarias o Alfaiate. 

Se somarmos a esses os que têm o nome terminado com “Son” (Filho de) a lista fica quase interminável (Isso mesmo, Jackson significa “filho do Jack”).

Se formos para o campo dos negócios o temeroso, famoso criador da Microsoft, Bill Gates, traduzido ao português seria simplesmente o Bill Porteiro (Gate, em inglês, portão).  A família Hilton (da famosa Paris Hilton, hotel Hilton, entre outros) talvez não fosse tão glamorosa se fosse apenas família da “Cidade do Morro” (Hill = morroTown = Cidade). 

A família Armstrong, famosa não somente pelo famoso astronauta Neil Armstrong (primeiro homem na lua) como também por atuar como empresários em diversos setores da economia americana, talvez fizesse jus ao nome de “Braço Forte” ou, em uma tradução mais relacionada à origem do nome “Família pau pra toda obra”.  

Talvez o Flynt de Larry Flint (um dos principais empresários da pornografia americana) também fizesse bastante sentido ao ser traduzido ao português, talvez por Larry o Explosivo (Flint é a pedra que solta faíscas e causa chamas, tanto em isqueiros, como nas armas do século XIX). A família Smith, que dá sobrenome a diversos grandes personagens da história americana, seria apenas a família ferreiro. A família Goldmann, bem, essa seria a família dos “donos do ouro” mesmo.

A lista pode atingir proporções gigantescas, não ficando de fora nem as atrizes hollywoodianas, como Sandra Bullock (bull = touro/ lock = trancar) que seria Sandra  Vaqueira ou então Britney Spears que poderia ser no Brasil Britney Espeto (spear = lança). Imaginem a famosíssima Sharon Stone se fosse apenas Sharon Pedreira (Stone = Pedra) ou Nicole Kidman sendo apenas a Nicole moleca (Kid = criança / Man = homem).

Nataly Portman seria Natália Estivadora (Portman = homens do porto – estivadores) Sienna Miller seria Sienna Farofeira (Mill = Moinho – usado pra fazer transformar trigo em farinha). Os Atores também não escapam, além de Will Ferreiro (Will Smith) teríamos Nicolas Carcereiro (Cage = Jaula) ou Roni das Pérolas (Ron Perlman).

 

Da natureza

O fato é que esta ideia de  criar novos nomes baseados em uma colonização fugindo de perseguições religiosas não é (ou não deveria ser) novidade para nós brasileiros. Em Portugal (e depois na Espanha quando houve a união ibérica) havia a obrigatoriedade da conversão católica. 

Muitos judeus e protestantes, convertidos à força, para fugirem a inquisição vieram para o Brasil e adotaram novos sobrenomes. Ao contrário dos americanos, muitos destes sobrenomes tinham origem em elementos da natureza. 

Surgem sobrenomes como Carvalho, Pereira, Coelho, Machado, Oliveira, entre outros tão típicos de nosso país.

 

Estrangeirismo

A ideia de ver as palavras estrangeiras como glamour não é novidade em nosso país (sejam as de origem inglesa, francesa ou americana) não é a toa que um de nossos primeiros presidentes tem a irônica união do mais típico americano e mais típico brasileiro (Washington Luís). Resgatar a cultura e o orgulho nacional também estaria ligado a valorizar a nossa língua como possibilidade de gerar nomes que soem grandiosos?

Por qual motivo um grupo musical chamado Pedras que Rolam ou Besourinhos seria considerado brega enquanto RollingStones e Beatles são auge do sucesso? Por qual motivo salões de cabelereiros chiques agora são "HairStylists"? Até o nosso futebol de areia foi transformado em "beach soccer" e veja que até o "football", que é   “pé na bola” em inglês britânico teve que dar vaga para o “soccer” futebol em inglês americano, uma vez que football para os americanos é  o que aqui chamamos futebol americano  (esporte no qual, diga-se de passagem, mal toca-se a bola com o pé) 

Neste ritmo, daqui alguns anos, até professores de matemática vão precisar dar suas aulas em inglês, para acompanharem o andar internacional, ou quem sabe os Estados Unidos, que nunca chegaram a adotar o sistema métrico (adotado mundialmente)conseguem provar a todos o sistema deles de jardas, pés, polegadas e galões é mais racional e convencem a todos a mudarem todas as regras das aulas de física que aqui adotamos. 

Enquanto isso, nas aulas de história, é cada vez mais difícil acreditar que teria sido mesmo Santos Dummont e não os irmãos Wright que inventou o avião.

 
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