Escrito por Jornal da Educação
É certo que os egípcios, na antiguidade, foram o povo que mais se especializou na produção de múmias: a técnica de tirar o cérebro pelo nariz preservando o crânio, é sem igual. Entretanto, poucos sabem, mas muitos outros povos também mumificaram seus corpos.
Múmias de NAZCA
A cidade de Nazca foi um avançado centro populacional nos Andes, muito antes dos espanhóis chegarem à América. Eles mumificavam seus corpos com técnicas parecidas com as dos egípcios, entretanto não passavam panos em voltas das múmias, as colocavam em vasos e deixavam no deserto do Atacama, um dos mais secos do mundo.
Múmias no Japão
Um grupo específico de sacerdotes budistas no Japão, chamados sokushimbutsu, acredita que o isolamento pode garantir a eles a possibilidade de se libertarem de seus corpos.
O mais incrível neste caso, apesar de raro (apenas 24 destas múmias foram criadas) é que os monges faziam seu próprio processo de mumificação em vida. Ainda vivos passavam 1000 dias comendo apenas raízes selecionadas e bebendo chás especiais que iam garantindo a perda de líquidos e a secura de sua pele.
Ao mesmo tempo a necrose ia expondo tecidos enquanto ainda estavam vivos. Momentos antes da morte eram trancados em uma caixa isolada de madeira e lá os deixavam por 1000 dias. As resinas que passavam e o veneno que tomaram antes, impedia o apodrecimento dos órgãos internos.
Múmias Papais
Pouca gente sabe, mas os papas católicos passam por uma espécie de mumificação. Ao invés de serem enterrados como a maioria dos outros católicos, são colocados em sarcófagos, utilizando em muitos deles tecnologias de conservação de corpos.
O sarcófago de vidro do papa João XXIII, que passou por um processo moderno de mumificação.
O corpo é inteiramente conservado e colocado em um ambiente livre de quaisquer tipos de fungos decompositores (o ar é eternamente filtrado), garantindo que o corpo nunca apodreça.
Mesmo de formas mais antigas, os restos mortais dos outros papas, com raras exceções, encontram-se no Vaticano até os dias de hoje.
O Socialismo Soviético e a Mumificação Não Religiosa
Todas as mumificações da antiguidade estão relacionadas de alguma forma a uma religião, uma crença de que aquele corpo, de alguma forma, mantinha a essência da pessoa que morrera. Entretanto, a União Soviética, formada sobre um governo socialista, que acredita que a religião era como uma droga nociva à sociedade, agregou algumas práticas religiosas.
Entre elas a mumificação dos seus dois mais famosos líderes, Stálin e Lênin, de forma moderna, em caixões de vidro, que permitissem a exposição de seu corpo ao povo em geral e uma espécie de veneração dos líderes mortos (não muito condizente com a ideia de igualdade proposta inicialmente pelo socialismo).
Múmias de Animais
Engana-se quem pensa que mumificação é coisa só para ser humano. Os humanos há muito demonstram seu apego pelos animaizinhos de estimação. De modo a termos em diversos locais, especialmente no Egito Antigo, a presença de múmias de animais.{mospagebreak}
A mumificação “Científica”
(Exclusivo internet)
Dois outros exemplos de mumificação ocorrem até os dias de hoje em locais muito mais próximos do que se pode pensar, e elas possuem bases “científicas.”
Em um dos casos temos a criogenia, uma técnica que preserva o corpo da pessoa instantes antes da morte congelando-o em nitrogênio líquido. A esperança é que com o avanço da ciência, daqui algumas décadas ou séculos seja possível reviver a pessoa congelada, garantindo a cura de qualquer que seja a sua doença, dando-lhemais anos de vida.
Há empresas especializadas nisso, o preço varia entre US$ 100.000,00 mensais para congelar o corpo e US$ 10.000,00 para congelar só o cérebro (imaginando que se possa clonar o corpo e transferir o cérebro para outro corpo no futuro distante).
Outro caso é a “mumificação médico-artística”,
Com um processo que, em palavras simples, “plastifica” o corpo humano, médicos e artistas começaram a criar milhares de múmias modernas, a partir de corpos mortos, para estudo de anatomia em corpos reais, ou então para exposições sobre a força humana. Até mesmo o Brasil já recebeu esta exposição no parque do Ibirapuera alguns anos atrás.