Escrito por Jornal da Educação
Na correria do dia a dia não nos sobra tempo para pensarmos em quase nada que não sejam as preocupações. Imagine então tempo para pensar no próprio tempo.
Entretanto, um mar de mistérios pode surgir diante de nós bastando questionar coisas muito simples. Como, por exemplo, diante de um relógio tentar entender: quem inventou o quanto duraria um segundo. Isso não é natural, é criado pelo homem.
Quem decidiu chamar 60 segundos de minuto e porque motivo o dia tem 24 horas?
Quem inventou dividir o ano em doze meses, e porque raios de motivos, setembro não é o mês sete, nem novembro o mês nove, tampouco dezembro o mês dez?
Para quem já se questionou sobre isso. E para quem nunca tinha tido tempo, aqui seguem algumas respostas:
Hora, minuto, segundo e mês não são naturais. São criados pelo homem. Já, dia e ano são naturais. Dia é o quanto a Terra demora para dar uma volta em si mesma. E ano o quanto ela demora para dar uma volta em torno do sol.
O primeiro povo a lidar com a contagem do tempo de forma mais precisa foram os mesopotâmicos cerca de 4000AC. Só que eles não tinham a matemática baseada no 10, como nós (10 unidades viram uma dezena, 10 dezenas uma centena, etc). Os mesopotâmicos tinham a numeração baseada no 6 e no 12 (inclusive surgindo o carinhoso apelido destes números de dúzia e meia dúzia).
Assim, quando criaram o relógio de sol, resolveram dividir o tempo de trabalho das pessoas em duas jornadas com um descanso no meio. Como contavam de 6 em 6, dividiram o dia claro em 12 horas.
Mais tarde, com os relógios de água (clepsidra) resolveram fazer a mesma coisa com a noite. Daí o dia ter 24 horas. Fizeram a mesma coisa com o ano. Na mesopotâmia (atual Iraque) há duas estações bem definidas, uma de seca e uma de chuva.
Cada uma delas foi dividida em 6, daí os 12 meses do ano.
Com o passar do tempo os babilônicos (que também moravam na mesopotâmia) precisaram dividir a hora em partes menores e mais precisas. Baseando-se no 6, dividiram cada hora em 60 partes pequeninas, diminutas, então surge o minuto. Com o progresso foi preciso fazer uma segunda divisão naqueles minutos, portanto, os segundos.
Mas e dezembro?
Os Romanos dividiam seu calendário em 10 meses, de 36 dias(nada preciso já que o ano tem 365 dias). Então, quando o Imperador Augusto (sucessor de Júlio César) conquista a Mesopotâmia ele entra em contato com a contagem mais eficiente criada pelos mesopotâmicos e resolve mudar o calendário romano.
Assim ele resolve criar 2 novos meses, em homenagem a ele Augusto (Agosto) e ao seu pai Júlio César (Julho). Só que ele não queria que esses meses ficassem no inverno, mas no meio do ano, no verão europeu. Então, setembro passa a ser o mês nove, outubro dez, novembro onze e dezembro doze.
Outra curiosidade é que para esse calendário dar certo era preciso que os meses se intercalassem entre 31 e 30 dias. Só que Augusto queria que tanto o seu mês (agosto), como o de seu pai (julho), tivessem 31 dias.
Para isso era preciso tirar um dia do mês que as pessoas menos gostavam, que tal fevereiro (chamado de mês da febre) porque ficava bem no final do inverno?
O mais fascinante de tudo isso é que hoje, milênios depois, continuamos usando a forma de contar o tempo que eles inventaram.
Você sabia que caberia tantos ‘segredos’ em uma folhinha de calendário?