A professora
Sandra Mara Marin, do curso de Enfermagem do
Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), está desenvolvendo um estudo que avaliará as competências dos enfermeiros no enfrentamento de situações de desastres.
A pesquisa, que servirá de tese de doutorado da professora, pretende elaborar uma educação formativa para qualificar esses profissionais e aplicar o resultado em equipes de enfermagem em emergências de hospitais e unidades de saúde de Chapecó.
O estudo "Construção de um instrumento para avaliação de competência dos enfermeiros em situação de desastres" está sendo aplicado atualmente em 329 profissionais que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Plano
Além desse estudo, a professora da Udesc Oeste desenvolve um projeto de pesquisa com a finalidade de montar um plano de contingência de desastres para hospitais, escolas e unidades básicas de saúde de Chapecó. A iniciativa estabelece estratégias de operação e auxílio no controle de situações de emergência a fim de minimizar as consequências.
O plano tem apoio dos acadêmicos do curso de Enfermagem e profissionais e visa também trabalhar na evacuação, desenvolver competências dos enfermeiros e formar equipe para dar resposta a eventos de massa e desastres. O trabalho envolve ainda palestras, rodas de conversas, cursos de formação e capacitação.
Outra meta é a participação dos integrantes do plano em encontros que abordem assuntos sobre desastre. Nesse sentido, Sandra pretende levar um grupo de alunos para participar do
Encontro Catarinense de Gestão de Riscos de Desastres e Logística Humanitária, que será realizado em 29 e 30 de março, no Auditório do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), da Udesc em Florianópolis.
O encontro é promovido pela Udesc, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc).
Imprevisibilidade
Segundo Sandra, em situação de desastres súbitos, ficam evidentes a complexidade e a imprevisibilidade no atendimento de emergência, no qual o enfermeiro deve desempenhar habilidades, destrezas, compreensões e atitudes aliadas ao conhecimento para obter desempenho profissional esperado. "Essas competências devem subsidiar o planejamento e atendimento às vítimas", enfatiza ela.
Para a professora da Udesc Oeste, o enfermeiro precisa de muita organização, percepção e responsabilidade a todo o momento durante a prestação da assistência aos pacientes.
"Por isso, ele precisa estar ciente de suas competências, principalmente em situação inusitada, como desastres de grandes vítimas que chegam ao hospital", afirma.
Investigação
Devido à ausência de estudos ou documentos que relacionam as competências necessárias ao enfermeiro para o atendimento hospitalar em situação de desastres, a professora desenvolveu, como dissertação de mestrado, uma investigação para identificar essas competências.
Realizado com um grupo de enfermeiros de um hospital de alta complexidade em emergência no Oeste de SC, o estudo encontrou 17 competências que foram relacionadas às fases de preparo e de resposta descritas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Defesa Civil no gerenciamento de desastres.
"A delimitação dessas competências ajuda a elucidar o papel dos enfermeiros hospitalares no atendimento às vítimas de desastres e constitui um elemento para a articulação do preparo e da resposta às ações de prevenção e reconstrução", esclarece Sandra.
Durante a preparação da dissertação, em 2014, a professora atuou como integrante do Grupo de Pesquisa Estudos de Atenção à Saúde em Desastres e Eventos de Massa (Geasdem) e da equipe do projeto de avaliação das obras relacionadas à Copa do Mundo de 2014 em Porto Alegre.
Após todo esse trabalho, a docente da Udesc Oeste percebeu a ausência de uma ferramenta com indicação de competências para os serviços de saúde no enfrentamento de desastres, o que a levou a desenvolver a pesquisa para a tese de doutorado a ser defendida neste ano, na Universidade Federal do Rio do Sul (UFRGS).
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