Estudo elaborado por acadêmicas do Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), aponta a incidência cada vez mais frequente do Leite Instável não Acido (Lina) no rebanho bovino do Oeste do Estado associado a transtornos fisiológicos metabólicos, nutricionais ou genéticos com implicações na síntese do leite. O problema pode ocasionar alterações físico-químicas no produto com reflexos na produção de derivados lácteos.
As acadêmicas Beatriz Danieli e Kaine Cristine Cubas, do curso de Zootecnia da Udesc Oeste e autoras da pesquisa, consideram o Lina um problema grave e cada vez mais presente no campo. O fenômeno, segundo elas, acomete com freqüência em rebanhos e é resultante da reação positiva do leite à prova do álcool. O teste, que é o mais comum realizado antes do carregamento do leite na propriedade rural, objetiva medir a acidez do leite. O álcool atua como um desidratante, simulando as condições de aquecimento para a pasteurização na indústria.
Problemas sanitários
As alunas lembram que a busca pela melhoria da qualidade do leite é incansável e dependente de fatores diversos relacionados ao rebanho e ao armazenamento do produto. De acordo com elas, problemas sanitários são os mais discutidos atualmente e normalmente estão relacionados às etapas de higienização da sala de ordenha e do tanque de expansão, ao resfriamento do leite e a realização do pré e pós dipping (banho de imersão)
As acadêmicas de Zootecnia revelam que os distúrbios metabólicos, problemas nutricionais e o estresse causado pelo calor deixam os animais mais vulneráveis, e o leite produzido recebe o impacto dessas mudanças abruptas, já que surgem alterações em suas propriedades físico-químicas, perda de valor e, muitas vezes, impossibilidade de introdução no mercado, o que deixa o produtor frustrado com a atividade leiteira.
O estudo considera que animais na sombra em pastagem perene de verão de boa qualidade, associada à disponibilização de água em cada piquete, são fatores que podem diminuir a ocorrência do Lina. O Leite Instável não Ácido, segundo o trabalho das acadêmicas, é encontrado com maior freqüência em vacas da raça Holandês do que na raça Jersey, pelo fato desta última ser mais rústica e tolerante ao calor
“Relatos comprovam que a incidência de Lina se agrava em períodos de estacionalidade onde a oferta de pastagens de qualidade é diminuída o que provoca um desbalanço nutricional que pode causar a instabilidade do leite”, constatam as acadêmicas da Udesc Oeste. Elas sugerem que a questão pode ser reduzida com o uso de tamponantes como sais de bicarbonato ou fornecimento de feno de qualidade. O objetivo é promover mais ruminação e salivação e evitar alterações na síntese do leite.
O trabalho das acadêmicas foi publicado na edição 146 desta quinta-feira, 29, do suplemento
Sul Brasil Rural, encartado no jornal Sul Brasil, editado em Chapecó e com circulação em municípios da Região Oeste. O encarte é organizado pelo professor Paulo Ricardo Ficagna, do curso de Zootecnia da Udesc Oeste.
Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Valmor Pizzetti
E-mail: valmor.pizzetti@udesc.br
Telefones: (48) 3321-8142/8143